Ao contrário do que eu pensava, existem pessoas felizes.
Conheci um cara que é baiano, trabalhou como modelo e mora com atores. Pessoas felizes que não perdem muito tempo se perguntando qual a razão a da vida do universo e tudo o mais.
Gente que sai nas festas, conhece garotas lindas e não se sentem constrangidos pela possibilidade de não serem tão atraentes quanto gostariam.
Eles acabam levando essas gurias lindas pra cama. Elas dão. Na primeira noite e durante a noite inteira. E depois nem pedem pra que você ligue no dia seguinte. Não pedem pra namorar. Não pensam em casamento.
Elas só queriam dar. Deram. Vestiram suas roupas e saíram deixando-os somente com as boas lembranças da noite anterior.
Eles não ligam se aquilo foi só por uma noite. Eles não desejam conhecer mais a fundo as garotas e saber se elas gostam do Neruda ou se emocionaram-se com Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças. Eles não querem saber e elas não querem contar.
Se as gurias eram mais que carne, se tinham ou não conteúdo isso ficou perdido no meio da noite. Dissipou-se entre gritos e suspiros de gozo e foi levado pra lavanderia junto com os lençóis. Escôou com a água e quem se importa?
Importante é que tinham belos peitos, eram cheirosas, tinham cabelos sedosos, bocas macias, e gostam de dar o que eles gostam de ter.
Meu amigo me conta as histórias das noitadas (não conta os detalhes, só as circunstâncias) e enquanto ouço, vou pensando "porque que eu não nasci tão descomplicado assim?"
Fico lembrando da minha adolescência cheia de neuras e frustrações, cheia de momentos em que eu quis algo e não busquei e penso: "A troco de quê eu sentia tanto medo?"
Não sei.
Só sei que sinto inveja (branca) dessas pessoas felizes.
De pensar que, há 6 anos atrás eu casei só porque tinha medo de não conseguir mais ninguém e terminar a vida sozinho...
Que bobagem.